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O roteiro invisível da sociedade

Estudar, trabalhar, casar, ter filhos: precisamos mesmo seguir essa ordem?

Adamy Gianinni
Adamy Gianinni
Sou jornalista e escritor, com formação em mídias digitais e gestão pública, e atualmente me especializando em jornalismo tecnológico. Minha missão é analisar, com independência e...
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Imagem ilustrativa (Créditos: Adamy Gianinni)

Desde que nascemos, somos empurrados para dentro de um roteiro pronto. Família, escola, trabalho, consumo. Nada disso é opcional: precisamos estudar para ter acesso a oportunidades, precisamos trabalhar para garantir sustento, precisamos seguir leis e pagar impostos para não sermos punidos. Até aqui, trata-se da engrenagem básica da vida em sociedade.

O problema começa quando esse roteiro se expande para além do necessário e passa a ditar também a forma como deveríamos viver e ser felizes. A fórmula é conhecida: diploma, carreira, casamento, filhos, patrimônio. Quem não se encaixa nesses marcos é visto como incompleto, um “desajustado” social.

O casamento é talvez o exemplo mais visível desse padrão. Em muitas famílias, ainda se espera que a felicidade plena só chegue no dia em que a pessoa “assinar papel” ou “subir ao altar”. Para algumas mulheres, sobretudo em regiões mais tradicionais, o casamento ainda é tratado como obrigação, não escolha. A cerimônia, por sua vez, transformou-se em espetáculo de consumo, com mais peso social do que pessoal.

Mas a verdade é que ninguém precisa se casar para ter carreira, filhos ou patrimônio. Assim como ninguém precisa acumular bens para ser feliz. O que nos sustenta, de fato, são os momentos que construímos, as pessoas que escolhemos ter por perto e a liberdade de seguir caminhos fora do script.

Seguir padrões básicos da sociedade é inevitável — afinal, não há vida digna sem trabalho, saúde e responsabilidades coletivas. Mas confundir esses deveres com uma fórmula de felicidade é um erro. A vida não é um manual de instruções.

A verdadeira rebeldia está em reconhecer: podemos ser felizes dentro ou fora dos padrões, sozinhos ou acompanhados, sem pedir autorização à sociedade para validar nossa existência.


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Sou jornalista e escritor, com formação em mídias digitais e gestão pública, e atualmente me especializando em jornalismo tecnológico. Minha missão é analisar, com independência e rigor, como política, tecnologia e mídia moldam a sociedade contemporânea — sempre com transparência, senso crítico e compromisso com a informação de qualidade.